domingo, 22 de julho de 2012

Crime de extorsão mediante sequestro


Investigação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) em parceria com a Corregedoria Geral Unificada (CGU) da Secretaria de Segurança Pública resultou na prisão do policial civil Pedro Hyppolito da Fonseca, na manhã de ontem (17/07), dentro da 126ª DP (Cabo Frio). Pedro e outro policial civil, André Rodrigo Saldanha Gomes, foram denunciados pelo GAECO pelos crimes de extorsão mediante sequestro e roubo e tiveram a prisão preventiva decretada pela Vara Criminal de Cabo Frio. André Rodrigo está foragido.

Segundo a denúncia, em junho de 2008, André Rodrigo manteve um homem sequestrado dentro da 126ª DP (Cabo Frio), depois que a vítima foi à delegacia acompanhar um parente que recebera em casa notificação para comparecer à unidade. Segundo narra a denúncia, o policial ameaçou matá-lo ou prendê-lo caso não fosse feito o pagamento imediato de R$ 10 mil. O familiar do sequestrado, relata ainda a denúncia, negociou com o agente o valor do resgate, acertando em R$ 5 mil, pagos no mesmo dia.

De acordo com o GAECO, cerca de três dias após a primeira extorsão, André Rodrigo telefonou para a vítima pedindo que seu parente fosse novamente à delegacia para pegar uma certidão negativa. Porém, depois que os dois chegaram à unidade, narra a denúncia, André Rodrigo e Pedro Hypollito sequestraram o parente da primeira vítima, exigindo R$ 10 mil para que não o levassem preso, já que tinham um mandado de prisão contra ele, e ainda roubaram relógio, joias e celulares.

A vítima permaneceu toda a noite custodiada no interior da delegacia e, durante esse período, André e Pedro a submeteram a intenso sofrimento físico e mental, agredindo-a com socos e pontapés, em represália à negativa de pagamento do valor exigido (...) Por fim, o primeiro denunciado sempre demonstrava conhecer muito bem a rotina de vida, o que levou a vítima, inclusive, a efetuar o primeiro pagamento exigido, relata trecho da denúncia, oferecida em 9 de julho.

São fortes os indícios de autoria contra os denunciados, que transformaram a delegacia de polícia de Cabo Frio num verdadeiro balcão de negócios (...) Aqueles que deveriam estar em seus postos de trabalho para garantir a segurança da população, se utilizam dos cargos que ocupam para auferir vantagens indevidas , narra a denúncia.

De acordo com a denúncia, posteriormente, a vítima foi transferida para a carceragem de Araruama, de onde foi liberada por alvará de soltura expedido pelo Plantão Judiciário. No mesmo dia, acabou sendo perseguida pelos policiais civis e buscou refúgio no prédio do Ministério Público local.

Fonte: Ministério Público do Rio de Janeiro

Nenhum comentário:

Postar um comentário